O Bangers Open Air fez sua estreia com esse nome, após dois anos pelo nome de Summer Breeze, no último dia 02 de maio, no Memorial da América Latina, localizado na Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo.
Para o primeiro dia, um warm-up, seis apresentações aconteceram nos palcos Ice Stage e Hot Stage, de forma alternada: Kissin’ Dynamite, Dogma, Armored Saint, Pretty Maids, Doro e Glenn Hughes fizeram a alegria do público e garantiram uma abertura primorosa para a nova fase do festival.
Veja a seguir como foram as apresentações das seis bandas do warm-up:
Kissin’ Dynamite estreia no Brasil com show enérgico e cheio de carisma no Bangers Open Air 2025
Abrindo os trabalhos do warm-up de sexta-feira no Ice Stage, o Kissin’ Dynamite fez sua estreia no Brasil com tudo — mesmo tocando no começo da tarde, sob o sol forte e fora do horário nobre. A luz do dia não tirou o brilho da apresentação: a banda incendiou o palco com uma performance vibrante e cheia de conexão.
Dias antes do festival, conversamos com o guitarrista Jim Müller, que prometeu um show divertido e próximo do público. E foi exatamente o que aconteceu. Já na abertura com “Back With a Bang” (Not the End of the Road, 2022), ficou evidente que eles estavam ali para fazer barulho — no melhor dos sentidos. Na sequência, vieram “DNA” e “No One Dies a Virgin” (do álbum Addicted to Metal, de 2010), com a plateia animada, cantando junto e batendo cabeça, mesmo debaixo do sol. Em “I’ve Got the Fire” (Ecstasy, 2018), o clima já era de festa, e a banda se alimentava dessa energia.
“My Monster”, também de Not the End of the Road, destacou-se com seu peso e refrão marcante. Mas foi “The Devil is a Woman” (Ecstasy) que marcou o ponto alto do show — o coro da plateia mostrou uma sintonia rara entre banda e público.
No final, vieram mais faixas do último disco: “Not the End of the Road”, “You’re Not Alone” e, para encerrar com tudo no alto, “Raise Your Glass”, num verdadeiro brinde coletivo entre banda e fãs.
Mesmo em sua primeira passagem pelo país e em um horário ingrato, o Kissin’ Dynamite fez bonito. Uma estreia para ficar na memória: intensa, divertida e cheia de carisma.
Setlist:
- Back With a Bang
- DNA
- No One Dies a Virgin
- I’ve Got the Fire
- My Monster
- The Devil is a Woman
- Not the End of the Road
- You’re Not Alone
- Raise Your Glass


Créditos das fotos: Bangers Open Air
Dogma entrega show provocante e poderoso no Hot Stage do Bangers Open Air 2025
Na sexta-feira à tarde, sob um calor intenso, quem chegou cedo ao Hot Stage foi presenteado com uma apresentação intensa e carregada de atitude da Dogma. Misturando peso, teatralidade e mensagens impactantes, a banda retornou ao Brasil após quase um ano e, novamente, deixando sua marca.
Logo com “Forbidden Zone”, ficou claro o que viria pela frente: sensualidade, força e irreverência. A resposta do público foi imediata. “Feel the Zeal” manteve o ritmo forte, com riffs marcantes. Em “Be Free”, a banda aprofundou sua mensagem de empoderamento, destacada pela performance segura da vocalista Lilith, que dominava o palco com presença magnética.
“My First Peak” trouxe um momento mais introspectivo, seguido por “Made Her Mine”, que adicionou camadas de agressividade e sensualidade ao set. O contraste entre som e visual era parte do espetáculo. “Banned” veio com crítica direta e impacto sonoro. Em seguida, a baterista Abrahel brilhou num solo poderoso que arrancou aplausos até de quem passava despretensiosamente pelo palco.
Com “Carnal Liberation” e “Free Yourself”, a proposta ficou ainda mais clara: liberdade sexual e quebra de tabus. O público, cada vez mais envolvido, reagia com entusiasmo. Mas o grande momento foi o cover de “Like a Prayer”, da Madonna — teatral, pesado e surpreendente, virou um dos trechos mais cantados do show.
O encerramento com “Bare to the Bones” foi explosivo, como se a banda fosse headliner. A Dogma provou novamente que vai além do visual, pois tem presença, sonoridade e identidade.
Setlist:
- Forbidden Zone
- My First Peak
- Made Her Mine
- Banned
- Like a Prayer (Madonna cover)
- Bare to the Bones
- Make Us Proud
- Pleasure From Pain
- Father I Have Sinned
- The Dark Messiah


Créditos das fotos: Bangers Open Air
Armored Saint mostra experiência e encerra com energia e conexão no Bangers Open Air
Na sexta do Bangers Open Air 2025, o Armored Saint subiu ao palco com a missão de representar o Heavy Metal estadunidense com peso e tradição. Com formação experiente, a banda mostrou competência técnica, mas enfrentou um início difícil por conta de problemas de som.
“March of the Saint” abriu o set com força, mas em “End of the Attention Span” (do recente Punching the Sky, 2020), ficou clara a dificuldade: o vocal de John Bush estava baixo na mixagem, enquanto a bateria soava excessiva, prejudicando o equilíbrio.
Apesar dos obstáculos, o grupo mostrou maturidade e recuperou o fôlego com “Raising Fear” e “Long Before I Die”, que reacenderam a chama oitentista. “The Pillar”, mais densa, segurou o ritmo, mas “Last Train Home” — favorita dos fãs — trouxe de volta a resposta calorosa do público.
Com “Left Hook from Right Field” e “Standing on the Shoulders of Giants”, a banda ganhou tração. “Win Hands Down” abriu o caminho para o clímax: em “Can U Deliver”, John Bush desceu até a grade e cantou lado a lado com os fãs, levando a conexão ao máximo.
O encerramento com “Reign of Fire” foi redondo — peso, entrega e coro da plateia. Mesmo com início instável, o Armored Saint provou sua relevância e saiu ovacionado.
Setlist:
- March of the Saint
- End of the Attention Span
- Raising Fear
- Long Before I Die
- The Pillar
- Last Train Home
- Left Hook from Right Field
- Standing on the Shoulders of Giants
- Win Hands Down
- Can U Deliver
- Reign of Fire
Pretty Maids conquista o público com show impecável e energia de sobra no Bangers Open Air
O Pretty Maids não perdeu tempo: abriu seu show no Bangers Op en Air com “Mother of All Lies” e já colocou o público na palma da mão. O som estava redondo, e Ronnie Atkins mostrou que sua voz segue afiada como sempre e foi essencial para triunfar, com a banda, na estreia em solo brasileiro.
O vocalista se conectou com a plateia com simpatia e carisma, agradecendo várias vezes em português e arrancando gritos a cada “obrigado”. Combinando peso e emoção, o set misturou faixas agitadas como “Kingmaker” e “Rodeo” com baladas poderosas como “Little Drops of Heaven” e o cover “Please Don’t Leave Me” (de John Sykes). Ronnie brilhou também em “Pandemonium” e “I.N.V.U.”, mas foi em “Future World” e “Love Games” que o show atingiu o auge, com o público cantando em uníssono.
Antes de se despedir, Atkins deixou uma mensagem: “Esperamos voltar em breve para São Paulo. Obrigado”. Um fechamento à altura de uma apresentação memorável.
O Pretty Maids entregou tudo: som afiado, carisma e respeito ao público. Um daqueles shows que ficam na lembrança.
Setlist:
- Mother of All Lies
- Kingmaker
- Rodeo
- Back to Back
- Red, Hot and Heavy
- Pandemonium
- I.N.V.U.
- Little Drops of Heaven
- Please Don’t Leave Me (John Sykes cover)
- Future World
- Love Games


Créditos das fotos: Bangers Open Air
Doro emociona com clássicos, carisma e solos explosivos de guitarristas no Bangers Open Air
Doro Pesch chegou ao Bangers Open Air 2025 com status de lenda — e bastaram os primeiros segundos de show para o público responder aos gritos. Ela retribuiu com tudo: entrega, gratidão e metal na veia. Ao lado de um time afiado — Bill Hudson, Bas Maas, Nick Douglas, Johnny Dee e Harrison Young — Doro desfilou clássicos do Warlock como “I Rule the Ruins”, “Earthshaker Rock” e “Burning the Witches” logo de cara.Hudson foi destaque nos solos, correndo pelo palco com energia contagiante. A banda não parava um segundo.
Entre hinos antigos e faixas solo como “Time for Justice” e “Raise Your Fist in the Air”, o público respondeu com punhos erguidos e vozes altas. Com a bandeira do Brasil nas mãos, em certo momento do show, Doro fez o momento ficar ainda mais especial.
A sequência final veio como avalanche: “Metal Racer”, a emocionante “Für immer”, “Hellbound” e a densa “Fire in the Sky”.
O encerramento teve dois hinos: “Breaking the Law”, em tributo ao Judas Priest, e o clássico “All We Are”, cantado a plenos pulmões por todos. Doro, ao final, conseguiu entregar tudo aquilo que os fãs esperavam para seu show!
Setlist:
- I Rule the Ruins (Warlock)
- Earthshaker Rock (Warlock)
- Burning the Witches (Warlock)
- Fight for Rock (Warlock)
- Time for Justice
- Raise Your Fist in the Air
- Metal Racer (Warlock)
- Für immer (Warlock)
- Hellbound (Warlock)
- Fire in the Sky
- Breaking the Law (Judas Priest cover)
- All We Are (Warlock)


Créditos das fotos: Bangers Open Air
Glenn Hughes emociona com clássicos do Deep Purple e voz impecável no Bangers Open Air
Dizer que Glenn Hughes tem uma das vozes mais marcantes do rock pode parecer clichê — mas ele provou isso mais uma vez no Bangers Open Air 2025. Ao lado de uma banda afiada — Soren Andersen (guitarra), Bob Fridzema (teclado) e Ash Sheehan (bateria) —, Hughes desfilou clássicos do Deep Purple, na fase em que esteve na banda (1973-1976), com peso e emoção.
“Stormbringer” abriu o set já com tudo: riffs fortes, vocal no talo e plateia hipnotizada. A sequência, com “Might Just Take Your Life” e “Sail Away”, manteve o groove e a entrega. Em “You Fool No One”, vieram solos, blues e improviso — tudo bem encaixado, sem perder a força.
A emoção ficou à flor da pele em “Mistreated”, cantada com alma. Depois, “Gettin’ Tighter” mostrou a coesão da banda, e “You Keep On Moving” trouxe uma vibe mais viajante.
Mas o auge veio com “Burn”: o riff começou, e a multidão explodiu. Coro, braços erguidos e o sentimento de que estávamos diante de um gigante. Para quem quer mais, Hughes volta ao Brasil em novembro, como parte de sua turnê de despedida (por incrível que pareça). Se repetir o que fez no encerramento do warm-up do Bangers Open Air, será imperdível.
Setlist:
- Stormbringer
- Might Just Take Your Life
- Sail Away
- You Fool No One / Guitar solo / Blues / High Ball Shooter / Drum solo
- Mistreated
- Gettin’ Tighter
- You Keep On Moving
- Burn

Créditos das fotos: Bangers Open Air
Agrademos mais uma vez a agência Taga pela oportunidade de cobertura do festival.